COMÉDIA OU APENAS ESTUPIDEZ?

 

 

 

      Gregorio Byington Duvivier tem 25 anos. Com esta idade, há alguns anos, ele seria considerado um adulto. Estaria a mais de meio caminho andado em direção a tornar-se um avô. Hoje em dia, é-lhe concedido gozar de prerrogativas especiais, as que são concedidas aos muito jovens, e poderá levar a vida na brincadeira. Ser-lhe-á permitido, de quebra, poder dedicar-se a gozar da cara do público.

 

     Gregório é filho de Olivia Byington, cantora, e Edgar Duvivier, músico. E vive com Clarice Falcão, artista multimídia, filha de Adriana e João Falcão, roteiristas da Globo. Ele é um poeta, e, há 5 anos, publicou um livro – “A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora”. É também ator e comediante. Ou quer ser tudo isso quando crescer. É um dos fundadores e sócios do canal humorístico virtual Porta dos Fundos, que, dizem, supera 30 milhões de acessos no YouTube.

 

     Em fins de Julho, Gregório ganhou de presente uma coluna na  Folha de S.Paulo, na qual se exibe enquanto não cresce e exibe as artes que, de travesso, apronta.

 

     Hoje, a Folha de S.Paulo publica, no espaço da coluna de Gregório, uma “carta” absolutamente sem graça alguma, mas que os que não levam a vida a sério – e podem não levá-la porque com nada terão compromissos e nenhum compromisso lhes será exigido – poderão encontrar muito engraçada. É uma “carta” em que Gregório supostamente (tal como a Imprensa gosta tratar os fatos) substitui-se a si mesmo. E em que afirma ter recolhido “alguns argumentos” entre seus “amigos do clube militar”. 

 

     Gregorio Byington Duvivier não terá amigos no Clube Militar. Com toda a certeza. Os sócios do Clube Militar não são tão estúpidos.

 

     Mas nada impede que alguns dos que lêem a Folha de S.Paulo possam ser.

 

 

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http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/132619-a-coluna-inutil-daquele-maconheiro.shtml

Gregorio Duvivier

A coluna inútil daquele maconheiro

Venho por meio desta carta pedir que o jornal explique por que é que a maconha não pode ser legalizada

Cara Folha de S.Paulo,

Como vocês sabem, os jovens (e o FHC) estão querendo legalizar a erva. Eu, que nunca fumei nem pretendo fumar, mas sei que ela é danosa, pois só quem fuma é marginal, venho por meio desta carta pedir que o jornal explique ao leitor jovem (e para o FHC) por que é que ela não pode ser legalizada. Para ajudá-los, recolhi alguns argumentos entre meus amigos do clube militar.

1. Se legalizar, vai virar moda. Nos países em que a ditadura gay venceu e as feministas legalizaram o aborto, as pessoas passaram a abortar só para se enturmar. Resultado: os países foram dizimados e hoje em dia nem existem mais.

2. Se legalizar, os jovens que atualmente trabalham no ramo do tráfico de drogas vão ficar desempregados. As ruas vão ser tomadas por jovens roubando, matando e estuprando para sobreviver.

3. A maconha impede os jovens de serem violentos quando eles precisam ser. Enquanto a cocaína os torna mais ativos, a maconha os deixa lesos, uma presa fácil para assaltos e estupros. A legalização da maconha vai gerar uma juventude muito facilmente estuprável.

4. Maconha é crime. Como é proibida, é através dela que os jovens entram no mundo do crime. Sim, se ela for legalizada, o argumento muda. Mas como não é, é melhor não legalizar, porque é crime.

5. Maconha é uma droga tradicionalmente cultivada por negros. Não é à toa que bastou os Estados Unidos terem um presidente mulato para afrouxarem em relação à erva. Liberar a maconha equivale a oficializar que vivemos numa negrocracia, não bastasse o pagode, o funk e aquele programa da Regina Casé.

6. Maconha gera a famosa “larica”, fenômeno que faz com que o jovem coma qualquer coisa, comestível ou não, que ele veja à sua frente. O que é que isso gera? Obesidade, indigestão e mortes por engasgamento.

7. A qualidade da maconha vai melhorar e vão começar a surgir sommeliers de beque, pessoas que vão achar na erva sabores que só eles sentem. “Esse baseado tem notas de baunilha”. Ou então: “A melhor parte do soltinho da Bahia é o retrogosto”. Não, por favor. Já bastam os enochatos. A sociedade não está pronta para o surgimento dos ervochatos.

Peço que a Folha me ajude nessa cruzada elucidativa a favor da família brasileira, de preferência publicando a minha carta no lugar da coluna inútil daquele maconheiro carioca (perdão pela redundância).   

 

 

 

 

 

 

 

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